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Ricardo Eletro

Rodoviários recolhem ônibus por 'falta de segurança', diz sindicato


Serviço volta ao normal a partir das 5h de quarta-feira, garante presidente.
Policiais militares da Bahia anunciaram greve na noite desta terça-feira.


Ônibus sendo recolhidos em Salvador após PM deflagrar greve (Foto: Reprodução/TV Bahia) 
Ônibus sendo recolhido após greve deflagrada
(Foto: Reprodução/TV Bahia)
Os rodoviários que atuam em Salvador e na região metropolitana começaram a recolher os ônibus logo após a confirmação da greve da Polícia Militar, na noite desta terça-feira (15), na capital baiana. O anúncio da paralisação da PM foi feito por volta das 19h30, após assembleia da categoria.
O sindicato informou que, normalmente, cerca de 2.500 ônibus circulam na capital baiana e na região metropolitana de segunda a sexta-feira. Aproximadamente, 12 mil rodoviários trabalham no sistema.
O serviço volta ao normal a partir das 5h de quarta-feira (16), garantiu Hélio Ferreira, presidente do Sindicato dos Rodoviários. Ele diz que a decisão de recolher os ônibus estava previamente tomada tendo em vista da ameaça de greve.
Segundo Hélio, os ônibus estão deixando os passageiros que já estavam nos coletivos nos bairros de destino e seguindo para as garagens. O presidente do sindicato afirmou ainda que a medida foi tomada por conta da falta de segurança na cidade sem os policiais militares e para preservar a integridade dos rodoviários e também dos usuários do transporte coletivo.

"Amanhã voltamos ao trabalho independente da greve continuar. A greve da PM estava sendo anunciada há um tempo. Hoje foi um dia de expectativas. Acredito que tenha pouca gente nas ruas por conta disso [da ameaça de greve]", disse.
'Surpresa'
Na sede da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), o comandante geral da Polícia Militar do Estado, coronel Alfredo Castro, afirmou que recebeu a decisão da assembleia com "surpresa". "Todo caminho levava ao diálogo. Propostas foram apresentadas, tudo conduzindo para não acontecer", afirmou, referindo-se à reunião que foi realizada nesta tarde.
Sobre a manutenção da segurança da população diante do anúncio, o comandante afirmou que as tropas que estão escaladas para trabalhar esta noite não sofreram qualquer alteração no cronograma. Ele disse ainda que conta com a colaboração daqueles PMs que não irão aderir ao movimento. "Nós temos um plano de trazer segurança através dos policiais que têm consciência de que não é o momento de parar. As viaturas que saíram agora à noite estão trabalhando normalmente", afirmou.
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A assembleia realizada no Wet'n Wild, um dos principais espaços de shows em Salvador, aprovou a greve da Polícia Militar. Os participantes aguardaram o encontro desde as 15h, quando o início estava previsto. A decisão só ocorreu depois das 19h30, após representantes de associações analisarem a proposta da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA).
Marco Prisco, que é presidente da Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra) e foi preso ao fim da última greve, anunciou a proposta do governo da Bahia à massa de policiais e perguntou se eles aprovavam, sendo que a maioria respondeu que não. Prisco vai encaminhar documento ao governo informando a deflagração da greve, mas diz que ainda há possibilidade de negociação. Ele pede ainda para que os militares mandem SMS´s aos colegas pedindo a todos que deixem os postos de trabalho. Segundo Prisco, eles ficam no espaço de show até segunda ordem.
Alguns pontos da proposta do "Plano de Modernização da PM", que foi apresentado pelo governo na semana passada, foram alterados como contraproposta. Entre elas, ficaram acertados o aumento da CET (Condição Especial de Trabalho), que prevê reajuste de 25% no valor do soldo de policiais do administrativo; de 17% para 35% no valor de soldo para quem já recebia o reajuste; e os motoristas, que tinham 35%, ficarão com 60%. O código de ética e dos processos disciplinares serão revisados.
Sobre o plano de cargos e salários, além da equiparação salarial com a Polícia Civil, o governo se comprometeu a revisão destes tópicos e a abertura de progressões como quatro mil vagas de soldado para cabo, duas mil de cabo para sargento e 500 vagas de subtenente para sargento.

Tentativa de negociação
Os participantes deixaram correndo a sede da Secretaria de Segurança Pública (SSP), situado no Centro Administrativo da Bahia (CAB), com destino à assembleia. Houve uma tentativa de negociação dos pontos de divergência do projeto de modernização, que ainda seria enviado à Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA).
Ao fim, o comandante-geral da PM, coronel Alfredo Castro, afirmou a expectativa de que a greve não fosse deflagrada. "Pelo ânimo que nós tivemos no fechamento das propostas, vejo de maneira otimista que teremos uma pauta a ser discutida e evoluída", disse. O major Ubiracy Vieira também informou ao G1 que não acreditava na greve.
Pontos de divergência
Entenda alguns itens citados pelo presidente da Associação de Praças da Polícia Militar da Bahia (APPM-BA), Agnaldo Sousa, e qual o posicionamento do governo:

Plano de carreira
APPM-BA - Segundo a associação, tanto o soldado quanto o oficial têm que ter um tempo máximo nos postos de graduação. A categoria pede que seja definido um plano de carreira. "Um soldado leva hoje 25 anos sem ter uma promoção. Nós achamos isso vergonhoso. Queremos que seja definido um tempo para que ele seja promovido", diz Agnaldo.
Governo - A proposta do governo é que, após oito anos, o soldado passe a ser cabo e, depois de mais seis anos e meio, ele ascenda a 1º sargento. Hoje, um soldado passa 20 anos como soldado, sem ascenção. Depois, ele passa a ser sargento e se aposenta.
Isonomia Salarial
APPM-BA - A categoria pede isonomia entre as polícias militares e civil. "Hoje, um tenente-coronel que tem 30 anos de serviço ganha menos que um delegado, que está no início de carreira. Queremos que isso seja equiparado", relata Agnaldo.
Governo - O Estado se compromete em criar um grupo de trabalho para rever todo o sistema de remuneração da Polícia Militar. Nesse quesito, entram gratificação, adicionais, entre outras remunerações agregadas.
Código de Ética
APPM-BA - Segundo a associação, a PM não tem um código de ética. "Temos uma legislação da Polícia Militar, que está obsoleta, com coisas que estão lá há mais de 40 anos. Queremos a implantação desse código de ética", revela Agnaldo.
Governo - Um código de ética foi apresentado e as associações questionam alguns pontos. Assim, o governo está disposto a reavaliar as questões que não estão satisfazendo a categoria.
TRT para
A Administração do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região informa que, por medida de segurança, e conforme Ato Nº 159/2014, a ser publicado nesta terça-feira (15) no Diário Eletrônico, que o expediente de todo o Regional está encerrado a partir das 14 horas desta terça, devido à ameaça de paralisação por parte da Polícia Militar da Bahia. G1

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