'A ficha tá caindo agora', diz sobre repercussão em jornais internacionais.
Agenda profissional tem compromissos na BA, RJ e Estados Unidos.
Claudio Oliveira, baiano de Monte Santo, que tem a cabeça virada para trás (Foto: Arquivo pessoal)
O baiano de 38 anos que, recentemente teve a história de vida
repercutida em jornais nacionais e internacionais, agora comemora o
aumento no número de convites para palestras e conferências. "Antes eram
dois ou três no mês. Aí passava um tempo que os convites paravam e eu
ficava uns três ou quatro meses sem ser chamado para nada. [Depois da
repercussão] Esse foi um mês com mais convites. Nunca imaginava isso
acontecer. A ficha ainda está caindo", conta em tom de felicidade.
Na próxima semana, dia 25, Claudio Vieira de Oliveira estará em um evento na cidade de Feira de Santana,
a 100 km de Salvador e a aproximadamente 240 km de Monte Santo, onde
mora. E ele vai mais longe. O próximo destino será do outro lado do
Atlântico. No dia 18 de outubro, ele desembarca nos Estados Unidos, onde
visitará hospitais e escolas contando sobre sua trajetória de vida. No
final do ano, tem mais compromissos confirmados. Desta vez, no Brasil.
Ficará de 8 de novembro a 13 de dezembro no Rio de Janeiro.
O público alvo é formado por pessoas interessadas em descobrir a
"fórmula" que lhe permitiu manter o bom humor e as perspectivas de
crescimento mesmo com uma doença rara, que o deixa com as pernas
atrofiadas, os braços colados no peitoral e a cabeça virada para trás,
sustentada pelas costas. No entanto, Claudio garante não esperar que
essa exposição lhe renda uma oportunidade para tentar reverter a
deficiência física.
"Já tenho 38 anos. Não precisa mexer. Tenho outros planos. Trabalho
como conferencista, palestrante e quero que essa 'fama' proporcione
coisas boas para mim nessa vida. A deficiência não está me limitando. O
que está me limitando mesmo é não ter um automóvel para me locomover.
Isso impede que eu possa atender a convites em locais mais distantes",
explica.
É com esta mensagem que Claudio vai embarcar para os Estados Unidos, a
convite de um amigo religioso. Apesar do convite internacional ter
surgido antes dessa "explosão" com a divulgação da história pessoal,
coincidiu com um momento de intensa busca por uma condição de vida cada
vez melhor. G1
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Claudio Oliveira com Zico (Foto: Arquivo pessoal)
"Na vida a gente não pode ficar parado e só lamentar as coisas. As
pessoas costumam reclamar por coisas banais, corriqueiras, e não
imaginam que outras pessoas têm problemas muito maiores do que o seu. O
ser humano é um pouco egoísta", ensina.
Caso
Claudio Vieira de Oliveira, morador de Monte Santo, sertão da Bahia, convive há 38 anos com uma doença rara, que nunca quis saber qual é. Para quem o vê, parece que ele enxerga tudo de cabeça para baixo e que tem dificuldade em comer, beber ou respirar. Mas não. Ele garante que é saudável e que todo funcionamento do organismo acontece de modo padrão.
Claudio Vieira de Oliveira, morador de Monte Santo, sertão da Bahia, convive há 38 anos com uma doença rara, que nunca quis saber qual é. Para quem o vê, parece que ele enxerga tudo de cabeça para baixo e que tem dificuldade em comer, beber ou respirar. Mas não. Ele garante que é saudável e que todo funcionamento do organismo acontece de modo padrão.
Oliveira, que dá palestras motivacionais há mais de 10 anos, confessa
que a única pessoa que consegue, por segundos, erguer sua cabeça é o seu
cabeleireiro.
Ele garante que vê como se tivesse a cabeça na posição normal. "Eu não
enxergo nada de cabeça para baixo. Eu brinco que o mundo é que está de
cabeça para baixo. Eu enxergo tudo normal. Inclusive, se alguém me dar
algo pra eu ler, a pessoa vira o objeto de cabeça para baixo e eu
desviro. Eu leio normal. É apenas a posição da cabeça”, garante.
Ele nasceu no dia 1º de abril de 1976, na casa dos pais e, desde então,
só vai aos médicos para exames de rotina. “Naquela época, não se tinha
recursos. Minha mãe nunca tinha feito pré-natal. Mas a gravidez foi
normal e eu tenho cinco irmãos. O próprio médico afirmou que eu não
sobreviveria nem por 24 horas. Ele se enganou, foi diferente e hoje
tenho 38 anos. Não foi fácil, porque o caso é raro, mas minha mãe e meus
irmãos sempre me trataram de forma normal. Com o passar dos anos,
passei a me adaptar”.
Claudio Oliveira em 2000, quando encontrou Papa João
Paulo II, no Vaticano (Foto: Arquivo pessoal)
Paulo II, no Vaticano (Foto: Arquivo pessoal)
Ele relembra que começou a se acostumar com sua forma física, de fato,
aos sete anos. Nessa época, deixou de andar de forma rastejante para
transitar de joelhos, como acontece até hoje. Se o piso for
desconfortável, Claudio Vieira usa uma sandália adquirida pelo Sarah
Kubitschek, em Salvador.
A história ganhou maior repercussão no mês de agosto, quando foi
contada em diversos veículos de imprensa internacional, como no Daily
Mirror, Daily Mail e Metro. O baiano recebeu uma equipe de jornalistas
de Londres, no ano passado. Foi quando ficou sabendo que a anomalia se
chama artrogripose múltipla congênita (AMC). “Foi o primeiro diagnóstico
que eu tive. Nasci dessa forma, dessa forma vou ficar. As pessoas me
perguntam o que é, mas não tenho resposta para dar. É um mistério
mesmo”, disse.
Ler e escrever aprendeu em casa, depois de pedir à mãe. A vontade surgiu ao observar a rotina dos irmãos indo à escola. “Ela tinha medo de sofrer preconceito e conseguiu uma professora para me dar aula particular. Depois, eu mesmo comecei com o lápis com a boca e comecei a rabiscar. Passei a me aperfeiçoar a escrever com a boca”, afirma. Com cinco mil amigos no Facebook, por exemplo, Claudio é um usuário ativo da internet. Para isso, ele deita na cama e digita com a caneta. Quanto mouse, manuseia com o queixo. Com dependência parcial, ele também não precisa de ajuda para falar ao telefone ou se alimentar. Inclusive, lançou um DVD sobre a sua história e foi ele quem fez o design gráfico da capa. “Eu me adaptei tanto que não não percebo que sou uma pessoa portadora de necessidades especiais. Não tenho preconceito comigo mesmo. Sei de relatos de pessoas que têm deficiência física que se esquivam bastante, a própria família se fecha. Minha mãe foi diferente. Sempre me liberou a ter convívio com social, sair com amigos, eu vou a festa, principalmente as de largo”, comenta.
Ler e escrever aprendeu em casa, depois de pedir à mãe. A vontade surgiu ao observar a rotina dos irmãos indo à escola. “Ela tinha medo de sofrer preconceito e conseguiu uma professora para me dar aula particular. Depois, eu mesmo comecei com o lápis com a boca e comecei a rabiscar. Passei a me aperfeiçoar a escrever com a boca”, afirma. Com cinco mil amigos no Facebook, por exemplo, Claudio é um usuário ativo da internet. Para isso, ele deita na cama e digita com a caneta. Quanto mouse, manuseia com o queixo. Com dependência parcial, ele também não precisa de ajuda para falar ao telefone ou se alimentar. Inclusive, lançou um DVD sobre a sua história e foi ele quem fez o design gráfico da capa. “Eu me adaptei tanto que não não percebo que sou uma pessoa portadora de necessidades especiais. Não tenho preconceito comigo mesmo. Sei de relatos de pessoas que têm deficiência física que se esquivam bastante, a própria família se fecha. Minha mãe foi diferente. Sempre me liberou a ter convívio com social, sair com amigos, eu vou a festa, principalmente as de largo”, comenta.
Em 2000, passou a dar depoimentos em igrejas, a convite de amigos, e
tomou o gosto para fazer palestras motivacionais. “É a minha forma de
sobrevivência. Sou de uma família humilde, mas estruturada. Eu pretendo
ter uma vida bem melhor através do meu trabalho. Meu sonho é conseguir
ter uma vida confortável. Se eu parar no tempo, com a idade, vou ficar
limitado e não quero aumentar a minha limitação. Não tenho o que me
queixar ou me lamentar”, afirma. G1
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