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Ricardo Eletro

O dia em que os tabaréus fizeram a diferença

Graças à grande contribuição de um povo lutador, trabalhador e que sabe respeitar o seu próximo, se confirmou o segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff. No domingo, 26, o Nordeste foi a grande base de apoio à reeleição. Conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a candidata petista conseguiu convencer sete de cada dez eleitores da região. Ela venceu nos nove Estados. A maior vantagem foi registrada no Maranhão, onde Dilma conseguiu 78,76% dos votos. Em segundo lugar ficou o Piauí, com 78,30% dos votos para a petista.
A vitória da petista despertou a ira dos eleitores do candidato derrotado Aécio Neves (PSDB). Logo após o anúncio do resultado da reeleição, uma vitória de 51,64% dos votos, muitos iniciaram na internet campanhas de difamação contra o Partido dos Trabalhadores e diversas mensagens discriminatórias contra os nordestinos. Um afronte à igualdade entre as pessoas e suas origens
Um dos mais ridículos e infames comentários partiu do Coronel Telhada, candidato eleito a deputado estadual pelo PSDB de São Paulo. Num criminoso ato de xenofobia discriminou os nordestinos ao pregar segregação. Em um dos trechos da infeliz colocação, o Coronel diz: "Já que o Brasil fez sua escolha pelo PT entendo que o Sul e Sudeste (exceto Minas Gerais e Rio de Janeiro que optaram pelo PT) iniciem o processo de independência de um país que prefere esmola...”
As palavras deste desajuizado paulista deixam explícito o sentimento de ódio e a falta de respeito e de amor ao semelhante. O que está acontecendo neste período pós-eleitoral é a maior exposição da xenofobia praticada por uma cambada de parvos do sul e sudeste do país. Se os que se acham superiores usassem da coerência ou no mínimo da peculiar humildade do povo nordestino, talvez o candidato tucano pudesse bicar o seu intento.
As enxurradas de palavrões e desconsiderações em todos os aspectos inflamaram o sentimento de pertencimento da população, principalmente dos eleitores, de todo o Nordeste. Mais uma vez os antes taxados de “ tabaréus e barrigas secas”, atualmente com suas barrigas cheias, fizeram novamente a diferença e mostraram que em qualquer que seja o momento prevalece o bom senso.
Em resposta à declarações preconceituosas, um texto postado em uma rede social, em resposta a uma sulista, um nordestino elencou algumas condições para que seja aceita a separação, com a construção de um muro, das regiões norte e nordeste com o restante do país. Entre as inúmeras coisas enumeradas está o de devolver para o nordeste toda a sua gente que saiu desde a década de 40 para ajudar a construir cidades como a de São Paulo e Rio de Janeiro. Segundo do autor do post, caso ocorresse o retorno dos nordestinos, inclusive seus descendentes, a economia destas mega-metrópoles quebraria, pois além de empregadas domésticas e motoristas de ônibus, vai faltar professores, médicos, engenheiros e administradores. Outra condição é que não poderão mais ter acesso às obras de Jorge Amado, Ariano Suassuna, Rui Barbosa, Graciliano Ramos, Aluísio de Azevedo, Castro Alves, José de Alencar, João Ubaldo Ribeiro, entre outros.
Nordestinamente falando:
Deu chabu mais uma vez a esparrela dos bexiguentos que queriam lavar a égua na eleição, com usura e na tora. Ainda bem que os que não gostam dos chamados tabaréus moram nos cafundós do judas.
Como disse Euclides da Cunha: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte”.

Por Gervásio Lima – Jornalista e historiador

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