A Semana Nacional do
Trânsito deste ano, realizada entre 18 e 25 de setembro, visa
conscientizar todos os atores do trânsito, sejam motoristas de
automóveis, ônibus e caminhões ou motociclistas, a proteger e dar
prioridade ao pedestre. Também não é por menos: no primeiro semestre de
2014, diariamente 370 pedestres envolveram-se em acidentes de trânsito
no Brasil, segundo dados da Seguradora Líder, administradora do seguro
DPVAT no País. E as estatísticas, embora imprecisas, são alarmantes. Em
2011, das 43.256 mortes no trânsito, 11.805 vítimas fatais eram
pedestres, ou seja, 27%.
“Os pedestres são os mais vulneráveis no
trânsito. Os demais atores têm lataria ou equipamentos e dispositivos
de segurança que ajudam na proteção em caso de um acidente”, afirma o
diretor-presidente da Seguradora Líder, Ricardo Xavier. As provas de que
os pedestres são os mais sujeitos a falecerem em decorrência de um
acidente são, de novo, as estatísticas. Das indenizações pagas por morte
pelo DPVAT entre janeiro e junho deste ano, 31% foram destinadas a
acidentes envolvendo pedestres. “No primeiro semestre, realizamos o
pagamento de 7.806 indenizações por morte para família de pedestre, uma
média de 43 óbitos por dia”, alerta Xavier.
Ao contrário da
abordagem simplista dada apenas à importância da faixa de segurança,
semáforos e outros, a Semana Nacional de Trânsito deste ano quer
reforçar o conceito de segurança dos mais vulneráveis. Assunto previsto
em lei. O artigo 29, XII, parágrafo 2º do Código de Trânsito Brasileiro,
versa que: “Respeitadas as normas de circulação e conduta estabelecidas
neste artigo, em ordem decrescente, os veículos de maior porte serão
sempre responsáveis pela segurança dos menores, os motorizados pelos não
motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres”. Em resumo, os
veículos maiores têm de zelar pela segurança dos veículos menores. E
todos devem dar prioridade à segurança do pedestre. msn
De
acordo com as indenizações do DPVAT em 2014, o veículo que mais vitimou
fatalmente os pedestres foi o automóvel, considerando que 58% dos
pedestres que vieram a óbito foram atropelados por este tipo de veículo.
Porém foram as motocicletas que mais deixaram os pedestres com sequelas
irreversíveis, pois 49% das vítimas receberam indenizações de invalidez
permanente em decorrência de atropelamentos por elas. Vale também
ressaltar que um atropelamento envolvendo motocicleta geralmente traz
sérias consequências também ao motociclista.
Portanto, além de o
pedestre ter prioridade no trânsito e a motocicleta ter de zelar pela
segurança deste, o motociclista deve prestar atenção e tomar diversos
cuidados para evitar um atropelamento. “A primeira dica é manter o farol
aceso mesmo de dia para que o pedestre possa visualizar a motocicleta à
distância e com mais facilidade. Por isso, as motos Honda, atualmente,
já acendem o farol automaticamente ao girar a chave de ignição”, explica
Renato Matsuda, 38 anos, instrutor de pilotagem do Centro Educacional
de Trânsito Honda (CETH).
Com experiência de quatro anos e meio
dando aulas de pilotagem para diversos órgãos públicos e autoridades,
como o SAMU, os Bombeiros e motociclistas das polícias Militares e
Rodoviárias, Matsuda ajudou-nos a elaborar dicas simples para respeitar o
pedestre e evitar acidentes. Confira:
- Seja visto
O
farol aceso é o primeiro passo para que os pedestres e os outros
veículos vejam o motociclista. “Por ser pequena e rápida, os pedestres
às vezes não enxergam a moto vindo de longe. Nunca conte que os outros
estão lhe vendo”, avisa Matsuda. E ainda acrescenta que no trânsito não
pode haver dúvidas. “Na dúvida, não vá. Reduza a velocidade”, diz.
Outra
dica do instrutor é sobre o ponto cego dos veículos. “Quando a moto se
coloca atrás das colunas dos carros ou ainda atrás de veículos maiores
como ônibus e caminhões, os pedestres podem não ver a moto. Com isso
correm para atravessar na frente do ônibus, por exemplo, e aparecem na
frente da moto”. A dica é se posicionar na via de forma que os outros o
vejam.
- Reduza a velocidade
A melhor e
principal dica para evitar atropelamentos – e qualquer tipo de acidente –
é não correr, ou seja, circular com uma velocidade condizente com a
via. Para isso é importante ter total controle da moto e saber frear
corretamente. “É importante saber usar os freios. Tirar a mão do
acelerador, já faz com que o motor ajude a reduzir a velocidade. Daí
então freie com os quatro dedos de uma maneira progressiva para não
travar as rodas”, diz.
- O perigo dos smartphones
Atualmente,
quase todo mundo tem um celular com acesso à internet, os smartphones.
Redes sociais, programas de mensagens instantâneas e e-mails podem hoje
ser vistos em qualquer lugar, inclusive nas ruas. E isso tira a atenção
dos pedestres para atravessarem a rua com segurança. “Damos cursos para o
pessoal do SAMU que nos relata que as ocorrências de atropelamentos
porque o pedestre estava usando o smartphone e se distraiu têm
aumentado”, revela o instrutor da Honda. Portanto ao avistar um
pedestre, olhando seu smartphone, atenção! Ele pode não ver a moto e
atravessar a rua na sua frente!
- Locais críticos
Hospitais,
escolas, fábricas, campos e parques são locais com uma grande
concentração de pessoas que podem, a qualquer momento, atravessar a rua.
Portanto redobre a atenção nesses locais. “Ensinamos nos cursos o PIPED
– Procurar, Identificar, Prever, Decidir e Executar. Ou seja, fique
atento, identifique perigos, preveja o que pode acontecer, tome a
decisão para evitar um acidente e execute a manobra”, ensina. Ou seja,
se você estiver atento ao trânsito será capaz de identificar uma saída
de escolares, quando os jovens estão eufóricos para ir embora e podem
atravessar a rua fora da faixa e sem respeitar os semáforos. Preveja que
isso pode acontecer e já reduza a velocidade nesses locais. Em
hospitais, costuma haver muitas pessoas idosas que têm menor mobilidade e
cruzam a rua mais vagarosamente. Cuidado!
- Ônibus e caminhões
Quando
um ônibus ou um caminhão para na via, saiba que alguém irá descer. Pode
acontecer de os passageiros desembarcarem e tentarem cruzar a rua ou
avenida na frente do ônibus e serem surpreendidos pela motocicleta.
“Ainda existe o perigo de o caminhoneiro parar, abrir a porta e pular da
boleia e ‘surgir’ na frente da moto. Portanto cuidado quando algum
desses veículos encostarem, pode haver algum perigo”, alerta Matsuda.
- No corredor entre os carros
Uma
das situações de maior risco de atropelamento de um pedestre por uma
motocicleta é no corredor entre os carros. O pedestre vê o trânsito
parado e vai atravessar a rua no meio dos carros, mas se esquece que
pode haver motos circulando. A dica para evitar esse tipo de acidente é
rodar em velocidade reduzida e ficar atento ao local por onde está
circulando, como escolas, hospitais, pontos de ônibus e estações de
trem. Cuidado com as faixas de pedestres no meio da via, pois às vezes o
pedestre atravessar ali, mesmo com o semáforo aberto para os veículos. http://www.msn.com
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