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Ricardo Eletro

É preciso saber viver

Obama, um animal do mundo
 
Obama, este é o nome do sujeito, ou melhor, do gato mais conhecido do centro da cidade de Jacobina. Apesar de sua pelagem preta, creditam o seu nome a uma homenagem ao presidente dos EUA por conta da sua influência e por lembrar poder em relação aos demais felinos, que como ele são sem teto, um morador em situação de rua, não por opção ou por causas como abandono familiar, situação econômica, desemprego, desajuste social, drogas, álcool e problema psicológico, mas pela falta de uma política pública voltada para a proteção e controle de natalidade animal.
Boa praça, Obama chega a ser uma atração. Todos os dias ele circula pelas imediações da Praça Rio Branco e do Calçadão, distribuindo simpatia e carinhos, se esfregando nas pernas de conhecidos e desconhecidos, homens, mulheres, crianças... Ele não escolhe o estabelecimento comercial para tirar aquela soneca. Não se importando com o que acontece ao seu redor, esparrama-se por chãos de lojas, farmácias, bares e lanchonetes, como que já fosse parte do ambiente.
Bon-vivant, imagina-se até que seja por ‘conveniência’ e por que não inteligência, tem sua alimentação e até mesmo medicação quando preciso garantidas pelos que ele agrada com a sua visita diária. Apesar da sua ‘personalidade’ amigável e do seu comportamento de bom amigo, Obama parece não ter uma boa convivência com os seus semelhantes. Vez ou outra aparece com ferimentos que evidenciam brigas, provocadas certamente por disputa de poder ou demarcação territorial; talvez com medo de perder a atenção dos seus amigos humanos.
Obama passa uma imagem perfeita aos olhos dos humanos, e assim não é, percebe-se pelos ferimentos, de forma alguma, com os seus companheiros de rua. Não necessariamente com o mesmo roteiro, sua história remete à Turma de Manda Chuva, o gato nova-iorquino morador de rua, que, com Batatinha, Bacana, Espeto, Gênio e Chu-Chu, vivia aprontando confusões pela cidade e fugindo do Guarda Belo. Manda Chuva se destacava com o jeito malandro, fala mansa, olhar atento, comandando uma trupe e sempre a fim de tirar vantagem.
Pegando o gancho da história do gato Obama, não é exagero comparar seus atos irracionais com comportamentos condenáveis de quem se espera que seja exemplo na questão de tratamento social e respeito por outrem. Adjetivos e ataques pessoais são cada vez mais presentes em pronunciamentos públicos de autoridades, numa clara demonstração de desvio de conduta; típico de pessoa que não dispõe de nenhuma educação, que tem o prazer de ser indelével e inconveniente.
Algumas atitudes identificam uma pessoa agradável, entre elas: aquela que fala de forma tranquila e modulada, não eleva o volume da voz com quem quer que seja e tem equilíbrio no que fala; aquela que após avaliar a situação, escolhe as palavras certas e o modo mais apropriado para se expressar, respeitando opiniões e não criando polêmicas desnecessárias, que conhece a distinção em lidar com as mais diversas pessoas e trata todos de forma igual e respeitosa, não existindo diferença ou predileção.
É importante e necessário saber que expressar-se de forma arisca e impositiva só afasta as pessoas. Ratificando, é preciso pensar antes de falar, e falar com as palavras certas, não como se fosse o senhor da verdade.
 
É preciso saber viver
Quem espera que a vida
Seja feita de ilusão
Pode até ficar maluco
Ou morrer na solidão
É preciso ter cuidado
Pra mais tarde não sofrer
É preciso saber viver..”
                 Roberto Carlos
Por Gervásio Lima
Jornalista e historiador

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